

Águas de Uberlândia: reservatório de Capim Branco I mantém qualidade mesmo em cenários críticos
08/10/2025

Pesquisa monitorou durante mais de um ano a capacidade do reservatório que abastece Uberlândia
Um ano de monitoramento trouxe boas notícias para quem depende das águas do reservatório da UHE Amador Aguiar I, conhecido como Capim Branco I. O estudo, encomendado pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Araguari, apresentado na última sexta-feira (03/10) mostrou que o reservatório tem capacidade para suportar até 3,5 vezes a carga atual de fósforo sem comprometer a qualidade da água ou gerar risco de eutrofização – o temido acúmulo excessivo de nutrientes que pode causar proliferação de algas e deterioração da água.
A pesquisa foi contratada pela Abha Gestão de Águas e conduzida pela Envex Engenharia e Consultoria e apresentada online pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Araguari (CBH Araguari) e pela Abha Gestão de Águas. O trabalho responde a uma preocupação crescente na região: com tantos usos disputando a mesma água – abastecimento público, indústria, irrigação, piscicultura –, até onde o reservatório aguenta?
O que está em jogo
A analista ambiental Nayara Teodoro, da Abha Gestão de Águas, abriu a apresentação destacando por que esse tipo de estudo importa. "É um instrumento fundamental de planejamento para garantir segurança hídrica na região", explicou. Afinal, estamos falando do reservatório que alimenta o sistema de captação do Departamento Municipal de Água e Esgoto de Uberlândia (Dmae), responsável pelo abastecimento de Uberlândia, além de atender empresas como a LD Celulose.
Os representantes da Envex Engenharia, Helder Nocko e Diana Cancelli, detalharam os resultados de meses de análises. A missão era descobrir quanto de nutrientes o reservatório consegue processar sem que haja perda na qualidade da água.
Água sob controle
As conclusões técnicas trouxeram alívio. Mesmo simulando cenários futuros críticos – com uso mais intenso do solo e maior entrada de cargas poluidoras –, a qualidade da água se manteve estável. O fósforo total, identificado como o principal vilão da eutrofização, está sob controle. Os níveis de clorofila e nitrogênio permanecem baixos, o que indica pouca probabilidade de proliferação descontrolada de algas.
O único ponto de atenção ficou por conta do oxigênio dissolvido, que chegou próximo ao limite mínimo, mas ainda dentro de parâmetros aceitáveis. Outro detalhe importante: a qualidade da água do reservatório depende fortemente do que vem de cima – a UHE Miranda, que tem papel decisivo nessa equação.
O estudo também registrou a presença de espécies invasoras, como o mexilhão dourado e o berbigão, além de bancos de macrófitas – plantas aquáticas que, em excesso, podem indicar desequilíbrios.
Planejamento para o futuro
Para os representantes do CBH Araguari, que fecharam a apresentação, o estudo é mais que um diagnóstico técnico. É uma ferramenta estratégica para orientar políticas públicas e fortalecer a gestão participativa dos recursos hídricos. "Precisamos garantir água em quantidade e qualidade para as gerações atuais e futuras", reforçaram.
Com dados em mãos, a bacia do Rio Araguari avança um passo importante no desafio de equilibrar desenvolvimento econômico e preservação ambiental – provando que é possível crescer sem esgotar os recursos naturais.
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